Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a expectativa de vida do brasileiro ao nascer alcançou 73,5 anos em 2010, diferentemente da pesquisa anterior, em que o índice bateu 73,2 anos. No acumulado dos últimos 30 anos, o aumento foi de 11,5 anos na expectativa de vida. Diante desses dados, fica a pergunta: como envelhecer mantendo o bem-estar?
O envelhecimento saudável consiste na busca pela qualidade de vida por meio de uma dieta adequada e a prática de atividades físicas prazerosas, o que ajuda a diminuir o risco de quedas e fraturas, além de uma convivência social estimulante. Todos esses fatores trabalhados em conjunto ajudam a melhorar a autoestima e a autoconfiança dos idosos, preservando sua independência física e psíquica.
A atividade física é um excelente instrumento de saúde em qualquer faixa etária, em especial na terceira idade. Atividades como caminhadas ajudam a manter a capacidade cardiorrespiratória e diminuem a perda de massa óssea, que acaba acontecendo com o passar do tempo, e potencializa-se a partir dos 50 anos. Exercícios de fortalecimento muscular aumentam a massa muscular ou simplesmente previnem sua perda, que nessa idade acontece em torno de 0,5 kg por ano, melhorando a composição corporal e dando uma maior estabilidade articular, o que auxilia na prevenção de quedas muito comum nessa faixa etária.
Para um idoso sedentário que pretende iniciar um exercício, a recomendação dos educadores físicos do Hospital Israelita Albert Einstein Marcio Marega e Carla Giuliano, é realizar uma avaliação médica para saber se ele está apto ou se há algum tipo de restrição ou cuidado especial na escolha dos exercícios. “Deve-se escolher bem as atividades, pensando em algo que proporcione prazer para que sejam realizadas com regularidade. É importante também não realizar exercícios em jejum, cuidados com vestimenta e hidratação, além de avaliar a duração, intensidade e frequência da atividade, sem esquecer-se de qualquer sintoma que possa aparecer durante o exercício”, alertam Marcio e Carla.
O sucesso de um programa de saúde depende não somente de uma vida ativa, mas também de uma alimentação balanceada. “A escolha dos alimentos, a quantidade e horários que eles devem ser ingeridos devem ser considerados e podem interferir na resposta do corpo frente aos exercícios”, completam Marcio e Carla.
Em relação aos efeitos psíquicos e sociais, a atividade física parece reduzir os sintomas de depressão, ansiedade e a melhora de humor. “As revisões de literatura indicam o efeito benéfico positivo do exercício como tratamento da depressão ou ansiedade subclínica ou clínica, e também como auxiliares da melhora da qualidade de vida por meio do aumento da autoestima, da melhora dos estados de humor, da diminuição da ansiedade, da melhora do estresse, assim como o sono”, ressaltam os educadores físicos.
O geriatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Clineu Almada, destaca que com a realização de exercícios físicos regulares há uma melhora da atividade de neurotransmissores que permitem uma sensação de bem-estar. Assim como há uma maior produção de endorfinas que auxiliam nessa resposta. “A atividade física realizada em grupos também incentiva outros prazeres advindos da melhor socialização. O fato das pessoas se perceberem com melhor postura, mais força e mais vitalidade permite que se sintam mais seguras e confiantes”, explica o médico.
O exercício físico regular melhora a qualidade e a expectativa de vida do idoso, ajudando nas atividades diárias da vida. A saúde na terceira idade depende também dos cuidados no passado, além da alimentação. Entretanto, é possível ainda reverter os efeitos do passado.