Clínica Camargo Píscopo

Gravidez na mulher madura

Aos 41 anos, a atriz norte-americana Uma Thurman espera seu terceiro filho. Aos 38, a apresentadora Angélica também comemora a chegada da terceira criança à família Huck. Mariah Carey, Madonna, Nicole Kidman, Carla Bruni e Jennifer Lopez também estão na lista das famosas que decidiram engravidar por volta dos 40 anos. “As mulheres estão valorizando mais o aspecto profissional e postergando a maternidade”, diz o obstetra Daniel Rolnik, diretor do ambulatório de obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ele, é cada vez mais comum atender gestantes em idade avançada –que, para os médicos, é aquela acima dos 35 anos. Mas há mesmo uma idade ideal para engravidar? Quais os riscos que a mulher enfrenta em uma gestação por volta dos 40 É preciso tomar mais cuidados? O UOL Gravidez e Bebês conversou com especialistas para ajudar a esclarecer essas e outras dúvidas.

Fotos – Mãe de dois filhos, a atriz americana Uma Thurman, de 41 anos, espera o primeiro bebê com empresário Arpad Busson The Grosby Group
Há uma idade ideal para engravidar?
Para o obstetra Daniel Rolnik, biologicamente, o melhor período é entre os 19 e 29 anos, quando o corpo está mais preparado para a gestação e os riscos para a mãe e o bebê são menores. “O risco é maior a cada ano acima dos 35, e a gestação é mais crítica depois dos 40”, diz Rolnik. Além disso, quanto mais idade a mulher tem, menor a fertilidade. O obstetra Paulo Gallo, diretor do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or, no Rio de Janeiro, explica que o pico da fertilidade feminina vai dos 15 aos 25 anos. “A queda na fertilidade começa aos 25, acentua-se aos 30 e despenca depois dos 40”, diz Gallo. “A expectativa de vida aumentou muito nas últimas décadas, mas o ovário continua da mesma forma e já nasce com um número de óvulos pré-determinados”. O obstetra especialista em reprodução humana explica que, no período entre os 30 e 40, a mulher também está mais sujeita a ter problemas como cisto de ovários e endometriose, cujas cirurgias podem levar à infertilidade.

E SE O PROBLEMA FOR INFERTILIDADE?

Para a medicina, só é infertilidade quando o casal está tentando engravidar a um ano e sem sucesso. “Nesse caso, é preciso investigar e ver o método mais adequado, se é inseminação artificial ou in vitro”, diz o obstetra Daniel Rolnik diretor do ambulatório de obstetrícia do Hospital das Clínicas.

Para se submeter a qualquer um dos dois tratamentos, a mulher precisa ovular. Ou seja, é preciso que a mulher ainda não tenha entrado no período da menopausa, quando não há mais ovulação. “Se a mulher está próxima desse período, com uns 47 anos, ela não ovula mais com regularidade, o que dificulta o procedimento”. Nesse caso, é possível se submeter a ovodoação (doação de óvulos).

Para as mulheres jovens que sabem que vão adiar a maternidade e têm medo de não conseguir engravidar depois, a opção é o congelamento de óvulos. A técnica começou a ser procurada recentemente e é cara: o congelamento custa em torno de R$ 13 mil e, quando a mulher for fertilizada, deverá desembolsar mais R$ 16 mil.

Para quem tem diagnóstico de câncer e será submetida a tratamento, que pode comprometer a fertilidade, o tratamento compensa. “O ideal é que a mulher não deixe passar dos 35 anos para congelar seus óvulos, pois eles mantêm a característica da idade em que foram congelados”, afirma Paulo Gallo. “Quanto mais jovem congelar, maiores as chances de engravidar depois”.

É preciso fazer tratamentos?
Não é necessário fazer um tratamento para engravidar. A menos que a mulher tenha problemas de fertilidade. “É hora de considerar um tratamento se você estiver tentando engravidar há mais de um ano, tendo mais de duas relações por semana e sem métodos contraceptivos”, diz Paulo Gallo. Caso a intervenção médica seja necessária, quanto antes procurar uma clínica especializada, melhor. Quanto mais jovem, maior a chance de a fertilização dar bons resultados. (veja bloco acima)

Quais são os riscos?
Para a gestante, os principais riscos são os de doenças com maior probabilidade de atingir mulheres na faixa dos 40 anos. “As doenças pré-gestacionais mais comuns são diabetes e hipertensão arterial”, afirma Rolnik. “As que podem ocorrer durante a gravidez são diabetes gestacional, parto prematuro e pré-eclâmpsia [problema que ocorre quando há um comprometimento vascular na placenta]”. Todas essas doenças podem ser prejudiciais para o bebê, pois podem causar alterações no crescimento fetal. Outro problema é que, como os óvulos já não têm o conteúdo genético tão eficiente após os 35, a probabilidade de o bebê sofrer de alguma síndrome genética aumenta.

Também é mais comum a gestação de gêmeos –e até trigêmeos. E nem sempre isso acontece por consequência dos tratamentos para fertilização. A probabilidade de gestação múltipla natural é maior quanto maior a idade. O problema desde tipo de gravidez é que há maior chance de parto prematuro e restrição do crescimento fetal. “Os riscos de má formação são menores se a mulher já teve outros filhos com gestações tranquilas”, diz Mauricio Simões Abrão, professor do departamento de obstetrícia e ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.

Quais cuidados ter antes de engravidar e durante a gestação?
Todas as mulheres, independentemente da idade, devem procurar um médico ao decidir engravidar. “É importante fazer alguns exames, suplementar o ácido fólico, corrigir hábitos inadequados como fumar ou beber e fazer um pré-natal bem feito”, diz Rolnik. “A orientação não muda muito, apenas temos de explicar que os riscos são maiores”. O obstetra afirma que é preciso fazer um mapeamento de doenças para todas as mulheres, jovens ou não. Aquelas com aproximadamente 40 anos devem ficar atentas à pressão arterial, fazer avaliação para detectar problemas na tireoide e, durante a gestação, dar atenção dobrada ao ecocardiograma fetal e ao ultrassom morfológico, que detecta doenças genéticas. “Procure um médico para fazer exames pré-gravídicos, ver se está em dia com as vacinas e pedir orientação para tomar ácido fólico antes da gravidez”, diz Abrão. É importante ter mais cuidado com a qualidade de vida, ficar atenta ao peso e ter hábitos e alimentação saudáveis. “Uma mulher de 40 anos com alimentação saudável, magra, que não fume ou beba, pode ter uma gravidez até melhor do que a de uma jovem que não se cuide”, diz Rolnik.

Plantão Agitado em São Paulo (12/06/11)

Dois operários caíram de mais de 20 metros com uma gaiola que estava na parte externa da obra de uma ponte caindo dentro do rio Tiête
Uma vítima foi intubada no local e transportado para o HC pelo Aguia 14 e o outro para o Hospital da Vila Nova Cachoirinha.

Medicina antienvelhecimento : faltam evidências científicas e sobram riscos a saúde

Retardar o processo biológico de envelhecimento com a suplementação de vitaminas e hormônios. É o que promete a Medicina Antienvelhecimento, ou Medicina Antiaging. O assunto foi discutido no último Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, realizado em maio deste ano, no Rio de Janeiro.

Especialistas da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) analisaram os estudos sobre essa prática e reforçaram a falta de comprovação dos benefícios desta técnica. De acordo com a Dra. Theodora Karnakis, geriatra do Einstein que participou do evento, além da falta de evidência científica de que o uso traz benefícios para saúde, hoje existe demonstração de que os efeitos podem ser negativos. “Já existe comprovação que vitaminas e hormônios em excesso podem ser prejudiciais e levar ao risco aumentado para o desenvolvimento de cânceres e outras doenças. O uso excessivo de vitamina E e de testosterona, por exemplo, têm relação com o aparecimento de tumores na próstata, assim como o uso inadequado da vitamina A como antioxidante pode levar ao aparecimento de lesões na pele e no fígado, explica a geriatra.

O processo natural do envelhecimento faz com que a partir dos 20 anos comece uma diminuição gradativa de algumas vitaminas e hormônios. No entanto, esta alteração não implica na necessidade e indicação inadvertida de vitaminas e hormônios. “A reposição pode e deve ser feita quando há carência comprovada daquele nutriente ou hormônio de forma que interfira positivamente na saúde, mas não quando os fins são estéticos e com objetivo de retardar o envelhecimento”, destaca a médica.

No caso da reposição hormonal no período da menopausa, por exemplo, o médico faz uma avaliação do risco da paciente para doenças cardiovasculares e câncer e pondera o risco e benefício para uma reposição segura de hormônio para aquela paciente. De acordo com a médica, se a reposição acontecer sem a real evidência, acompanhamento e prudência do médico, o paciente está sendo submetido a um risco muito maior para o surgimento de outras doenças.

Mas como envelhecer de forma saudável?

O primeiro passo é aceitar que envelhecer é um processo natural da vida. “O termo antienvelhecimento tem um apelo negativo, pois gera um preconceito com essa fase da vida. Você pode envelhecer bem ou pode envelhecer mal, mas todo mundo precisa compreender que vai envelhecer”, afirma a geriatra.

Para chegar à terceira idade de forma saudável, a principal receita é adotar hábitos saudáveis desde jovem, cuidando da alimentação, equilibrando as horas de sono, a quantidade de cigarro e bebida consumidos e tomando cuidados com a proteção solar. Outro hábito fundamental é a prática regular de atividade física, que auxilia diretamente no primeiro sinal do envelhecimento, que é a perda de força muscular. Uma alimentação rica em frutas como uva e tomate também traz diversos benefícios, por serem fontes de antioxidantes.

“Não tenho dúvida que a instituição de medidas de saúde e a compreensão e valorização dessa fase da vida sejam muito mais eficazes do que qualquer reposição sem necessidade”, finaliza Dra. Theodora

Treinamento do GRAU descida de Rapel do Aguiã

Finalmente mais uma conquista de ter o privilégio de participar da Equipe do GRAU para Resgate Aeromédico junto com o Águia em São Paulo e Campinas , neste final de semana tivemos 3 dias de treinamento para tripulante médico.

Cirurgia plástica íntima é mania mundial que preocupa ginecologista

Lábios vaginais recauchutados e outros retoques na genitália feminina não podem ser facilmente exibidos como peitões de silicone ou barriguinhas lipoaspiradas. Mesmo assim, são o último fenômeno no cardápio moderno das intervenções plásticas.

Excesso de plásticas inspira mural da diversidade genital
Riscos da cirurgia íntima incluem redução da sensibilidade
‘A vagina não é bonita, dá para ficar melhor’, diz modelo que fez cirurgia íntima

Nos EUA, são feitas mais de 1,5 milhão de cirurgias íntimas. No Reino Unido, 1,2 milhão. No Brasil, médicos apontam um crescimento de 50% nos últimos dois anos.

Um dos painéis que compõem o "Grande Mural da Vagin", do artista plástico inglês Jamie McCartney

O ginecologista Paulo Guimarães é expert em “design vaginal”. Dá cursos de formação em cosmetoginecologia para médicos. Nos treinamentos, diz, 900 mulheres são operadas por ano, a preços menores. No consultório, “com atendimento personalizado e sigilo”, afirma fazer 15 cirurgias íntimas por mês.

O cirurgião plástico Marcelo Wulkan, que atende em São Paulo e tem trabalhos sobre redução de lábios vaginais em publicações internacionais, diz fazer cem desses procedimentos por ano.

Mesmo médicos mais conhecidos por outros tipos de cirurgia, como implantes mamários e plástica de nariz, estão vendo a procura crescer.

“Nos últimos dois anos, passei de uma cirurgia íntima para três por mês”, conta Eduardo Lintz, chefe de cirurgia plástica do hospital HCor, de São Paulo, e professor do Instituto Ivo Pitangui, no Rio. No total, Lintz faz cerca de 40 cirurgias plásticas mensais.

TAMANHO-PADRÃO

Como não há evidências de que os lábios vaginais cresceram nos últimos anos, especula-se que o aumento de cirurgias redutoras esteja ligado à uma nova busca de medidas genitais “padrão”.

E o que é uma vagina normal? Assim como as estatísticas brasileiras sobre cirurgia íntima, as medidas são imprecisas. “Isso é um pouco subjetivo. Quando o lábio menor não ultrapassa 2 cm de largura pode ser considerado normal”, diz Wulkan.

Está longe de ser consenso. Segundo estudo no “British Journal of Obstetrics and Gynaecology”, a diversidade de tamanhos observada nos lábios vaginais da população é imensa, o que amplia o espectro de normalidade.

Para a modelo gaúcha Andressa Urach, a vagina não é bonita e dá para ficar melhor

O mesmo estudo aponta que trabalhos anteriores definiram como acima do normal lábios com mais de 4 cm de largura, mas essa medida deve ser revista e ampliada.

Quando os lábios menores ultrapassam os maiores, a tendência é serem considerados candidatos à cirurgia. Mas não se trata de uma imperfeição física.

“É constitucional, a mulher nasce com essa característica, como nasce com um nariz grande”, diz Lintz.

No entanto, o que é natural já não é o normal.

Imagens de nus femininos, reportagens e material didático criam o modelo de normalidade, diz a antropóloga Thais Machado-Borges, do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Estocolmo, Suécia.

No estudo “Um olhar antropológico sobre a mídia, cirurgia íntima e normalidade”, ela diz que as mulheres consideram atrativas as formas que correspondam a esse modelo, criadas por técnicas cirúrgicas. “Será que essas cirurgias podem transformar zonas erógenas em ‘paisagens’ onde reina o prazer?”, questiona.

Como em relação a narizes, peitos e bundas, o padrão estético muda conforme a época e o país. “Nos EUA, as mulheres querem vagina pequena, cor-de-rosa. As brasileiras querem no mesmo tom de pele do das mãos, com lábios de 1 cm a 1,5 cm”, diz o ginecologista Paulo Guimarães.

“É o modelo imaginário do órgão de menininha, o formato ‘sou virgem’”, interpreta a psicóloga Rachel Moreno.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia alerta seus membros sobre riscos dessa onda.

“É preciso muito cuidado para mexer em locais com tantas terminações nervosas. As cirurgias íntimas são vendidas como soluções para dificuldades sexuais, mas, se você mexer onde não era para mexer, você piora o que era para melhorar”, diz Gerson Lopes, presidente da comissão de sexologia da entidade.